O AIDPI (Atenção integrada às doenças prevalentes da infância) é uma estratégia adotada pelo Ministério da Saúde com o objetivo de reduzir a iniquidade na saúde infantil e, consequentemente, a mortalidade infantil. A estratégia é voltada para a atenção primária e prevê a capacitação do profissional de saúde para avaliação e classificação de crianças de 2 meses a 5 anos de idade, detectando sinais de perigo que exigem atendimento hospitalar.
ntegrado à estratégia do AIDPI, foi elaborado o AIDPI Comunitário, voltado para profissionais técnicos e agentes de saúde, baseado em ações comunitárias e específicas de cada território.
Apoiando-se nessa estratégia, no mês de abril de 2023 aconteceram as ações de capacitação dos Agentes Indígenas de Saúde (AIS) e Agentes Indígenas de Saneamento (AISAN) com destaque para as síndromes gripais e tuberculose e a ação da Escuta do enfrentamento da COVID-19. Junto a ação da escuta através da participação ativa dos professores indígenas também foi realizado o curso "Registro e memória da história do povo Panará" em que foi possível elaborarmos o livro "Histórias do povo Panara no passado e no presente".
Os cursos foram realizados em parceria com o DSEI Kayapo/MT na Terra Indígena Panará. Para a elaboração do conteúdo e estratégias pedagógicas, contou-se com a presença de uma médica indígena, uma psicóloga e um arte educador, além da equipe multiprofissional e multidisciplinar do Projeto Xingu/UNIFESP. A presença de um arte educador permitiu a elaboração de atividades lúdicas relacionadas ao conteúdo técnico facilitando sua compreensão pelos alunos. Foram elaboradas brincadeiras, jogos coletivos, músicas e teatros com objetivo de estimular a compreensão e a criação de habilidades dos alunos.
Ao todo, foram capacitados durante o AIDPI comunitário 34 AIS e AISAN. Posteriormente, durante o mês de agosto de 2023, foi realizada a supervisão desses alunos. Foram percorridas, juntos aos AIS e AISAN, às 7 aldeias Panara: Nãsepotiti, Sankue, Kressâ, Sokransan, Nãnpôôrõõ, Kotiko e Kanaã. Ao longo dos 12 dias de viagem foram confeccionados mapas das aldeias para serem utilizados como ferramentas da vigilância em saúde. Os AIS e AISAN tiveram a oportunidade de relembrar e praticar o que foi ensinado no curso durante os atendimentos nas comunidades.
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